Nada de Marchas com Champagne...
Pra quem ainda não sabe, a reitoria da UFPE foi ocupada por cerca de 200 estudantes para barrar o REUNI. Lá estavam presentes eu (Wasvuden), Fikaporay e Crick, que permanecemos lá até a tarde do sábado, e voltaremos na segunda pela manhã. Este texto que segue abaixo foi adaptado da carta construída pelo movimento de ocupação para explicar o que aconteceu desde a sexta-feira, primeiro dia de ocupação:
"Vinte e seis de outubro, dois dias após a marcha para Brasĩlia, não por acaso, foi convocada a assembléia dos conselheiros da UFPE para a votação do decreto lei do REUNI. Sob a total ausência de debate e comunicação entre o alunado e a reitoria, esse decreto se configurou qual corpo estranho a massa dos alunos que durante as manifestações das entidades estudantis no próprio dia de aprovação do decreto se perguntavam antônitos: qual o motivo de tamanho alvoroço?
Desdobraram-se assim, os cabeças da reitoria para que na surdina do desconhecimento estudantil e do esvaziamento dos movimentos sindicais se delibera-se o decreto às 11 horas da já citada sexta-feira. Por terra caíram seus anseios de passar o decreto sob absoluta tranquilidade, as várias tendências do movimento estudantil se uniram sob o objetivo comum de refrear essa reforma afilhada do banco mundial e mobilizaram cerca de 200 alunos, que munidos uns de alfaias outros de apitos, envolveram-se em uníssono as palavras de ordem e formaram em um só corpo piquetes na entrada do teatro onde foi votado o reuni. O conselho deu-se de forma tão absurda quanto o processo que o gerou e que levou até ele, pois tendo este 70 componentes, o quórum devia contar com a presença de 30 deles para a legitimação da assembléia. Apenas 23 compareceram, adentrando no teatro por um entrada secreta para despistar os estudantes que concentravam-se na entrada principal. Sob astutas tramóias burocráticas pouco ou nada convincentes, a assembléia deu continuidade ao procedimento de votação onde 20 conselheiros votaram a favor do decreto, 2 contra e um absteve-se. Os estudantes que desde o início foram excluídos do processo de adoção do REUNI, se viram sob a opção unilateral de forjar elos democráticos dificultando a utilização física da reitoria para seus fins comuns sob a forma de ocupação, fazendo do hall da instituição auditório e dos corredores dormitórios. Depois da adoção do estado de ocupação, o trânsito de estudantes tornou-se mais intenso e ocorreram diversas discussões e assembléias estudantis acerca da ocupação e das diretrizes do movimento, onde foi definida a permanência até o momento em que os estudantes tivessem assegurada a sua participação no processo de discussão das diretrizes político-deliberativas da universidade, como é o caso do REUNI.
Às 22 horas do corrido dia, o movimento de ocupação foi comunicado por uma oficial de justiça sobre o pedido de reintegração de posse por parte da reitoria até as 12 horas do dia vindouro, ameaçando, caso descomprimento do prazo, atuação do batalhão de choque e uso de força física.
Fronte tal conjutura, o movimento conseguiu entrar em comunicação com o reitor Amaro Lins e marcar assembléia na própria reitoria às 9 horas, três antes do prazo a ser expirado, aonde negociará a permanência sob o esteio das reinvindicações do movimento.
Sob essa ameaça real de embate com a tropa de choque é necessário que todos os indivíduos que se preocupem com os rumos da educação publica do Brasil estejam presentes e dispostos à luta na reitoria pela manhã, para engrossar a massa dos que não se curvam à forçada privatização do ensino público"
No sábado a tarde, o reitor Amaro Lins deu o ar de sua graça, querendo que marcássemos uma reunião para esta semana que vem, com poucas pessoas, a fim de esclarecer tudo. Decidimos em assembléia anterior que a conversa seria feita de forma horizontal, com todos e todas que ali se encontravam. O reitor marcou um outro Conselho Universitário para segunda pela manhã (29/10), para reafirmar a decisão tomada. E marcou nossa desocupação para domingo, hoje, porém iremos resistir! O mais absurdo de tudo, que seria a reintegração marcada para o meio-dia de sábado, conseguimos evitar através do apoio da Acessoria jurídica da ADUFEPE (sindicato de docentes da UFPE). Mais informações pelo blog: ocupaufpe.blogspot.com ou no site midiaindependente.org. Nos sites do Jornal do Commercio, na TV Jornal, TV Tribuna, e outros aparelhos midiáticos mais famoso, você encontra as deturpações da história toda... E não, a Globo, não apareceu, queria que passássemos tudo por telefone!!
Ah, o título dessa postagem, pra quem não entendeu, quer dizer que o movimento de ocupações não é uma marcha bonitinha em que todos(as) voltam pra casa e dormem tranquilos(as) com a barriga cheia de champagne e caviar... é um ato de desobediência civil, pois ela é legítima, que busca não só bater o pé e ir conta algo de que não gostamos. Que acima de tudo, quer garantir que toda a comunidade beneficiada pela UFPE possa saber o que acontece dentro dos gabinetes, para que a educação brasileira continue PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE, e para todos e todas! E isso se reflete, muito bem, no fato de que 14 universidades federais estarem ocupadas por estudantes, professores e servidores no Brasil todo: ufpe, ufba, ufpa, uff, ufc, ufrj, ufrrj, ufpr, unifesp, fsa, ufsc, ufscar, unir e unirio. Se você é de uma dessas universidades, participe!!! E se quiser saber mais sobre o REUNI e a Reforma Universitária, entre em: http://www.comunicacao.ufscar.br/reuni/apresentacaoreuni.pdf ; http://www.cefet-rj.br/comunicacao/noticia/2007-06-14-reuni.htm, e procure no Google que aparece um monte de notícias! E pra arrepiar quem for de arrepio... aqui um videozinho do protesto contra o Conselho Universitário que aconteceu com um golpe do reitor!
J. K. Wasvuden e Galileu Fikaporay
"Vinte e seis de outubro, dois dias após a marcha para Brasĩlia, não por acaso, foi convocada a assembléia dos conselheiros da UFPE para a votação do decreto lei do REUNI. Sob a total ausência de debate e comunicação entre o alunado e a reitoria, esse decreto se configurou qual corpo estranho a massa dos alunos que durante as manifestações das entidades estudantis no próprio dia de aprovação do decreto se perguntavam antônitos: qual o motivo de tamanho alvoroço?
Desdobraram-se assim, os cabeças da reitoria para que na surdina do desconhecimento estudantil e do esvaziamento dos movimentos sindicais se delibera-se o decreto às 11 horas da já citada sexta-feira. Por terra caíram seus anseios de passar o decreto sob absoluta tranquilidade, as várias tendências do movimento estudantil se uniram sob o objetivo comum de refrear essa reforma afilhada do banco mundial e mobilizaram cerca de 200 alunos, que munidos uns de alfaias outros de apitos, envolveram-se em uníssono as palavras de ordem e formaram em um só corpo piquetes na entrada do teatro onde foi votado o reuni. O conselho deu-se de forma tão absurda quanto o processo que o gerou e que levou até ele, pois tendo este 70 componentes, o quórum devia contar com a presença de 30 deles para a legitimação da assembléia. Apenas 23 compareceram, adentrando no teatro por um entrada secreta para despistar os estudantes que concentravam-se na entrada principal. Sob astutas tramóias burocráticas pouco ou nada convincentes, a assembléia deu continuidade ao procedimento de votação onde 20 conselheiros votaram a favor do decreto, 2 contra e um absteve-se. Os estudantes que desde o início foram excluídos do processo de adoção do REUNI, se viram sob a opção unilateral de forjar elos democráticos dificultando a utilização física da reitoria para seus fins comuns sob a forma de ocupação, fazendo do hall da instituição auditório e dos corredores dormitórios. Depois da adoção do estado de ocupação, o trânsito de estudantes tornou-se mais intenso e ocorreram diversas discussões e assembléias estudantis acerca da ocupação e das diretrizes do movimento, onde foi definida a permanência até o momento em que os estudantes tivessem assegurada a sua participação no processo de discussão das diretrizes político-deliberativas da universidade, como é o caso do REUNI.
Às 22 horas do corrido dia, o movimento de ocupação foi comunicado por uma oficial de justiça sobre o pedido de reintegração de posse por parte da reitoria até as 12 horas do dia vindouro, ameaçando, caso descomprimento do prazo, atuação do batalhão de choque e uso de força física.
Fronte tal conjutura, o movimento conseguiu entrar em comunicação com o reitor Amaro Lins e marcar assembléia na própria reitoria às 9 horas, três antes do prazo a ser expirado, aonde negociará a permanência sob o esteio das reinvindicações do movimento.
Sob essa ameaça real de embate com a tropa de choque é necessário que todos os indivíduos que se preocupem com os rumos da educação publica do Brasil estejam presentes e dispostos à luta na reitoria pela manhã, para engrossar a massa dos que não se curvam à forçada privatização do ensino público"
No sábado a tarde, o reitor Amaro Lins deu o ar de sua graça, querendo que marcássemos uma reunião para esta semana que vem, com poucas pessoas, a fim de esclarecer tudo. Decidimos em assembléia anterior que a conversa seria feita de forma horizontal, com todos e todas que ali se encontravam. O reitor marcou um outro Conselho Universitário para segunda pela manhã (29/10), para reafirmar a decisão tomada. E marcou nossa desocupação para domingo, hoje, porém iremos resistir! O mais absurdo de tudo, que seria a reintegração marcada para o meio-dia de sábado, conseguimos evitar através do apoio da Acessoria jurídica da ADUFEPE (sindicato de docentes da UFPE). Mais informações pelo blog: ocupaufpe.blogspot.com ou no site midiaindependente.org. Nos sites do Jornal do Commercio, na TV Jornal, TV Tribuna, e outros aparelhos midiáticos mais famoso, você encontra as deturpações da história toda... E não, a Globo, não apareceu, queria que passássemos tudo por telefone!!
Ah, o título dessa postagem, pra quem não entendeu, quer dizer que o movimento de ocupações não é uma marcha bonitinha em que todos(as) voltam pra casa e dormem tranquilos(as) com a barriga cheia de champagne e caviar... é um ato de desobediência civil, pois ela é legítima, que busca não só bater o pé e ir conta algo de que não gostamos. Que acima de tudo, quer garantir que toda a comunidade beneficiada pela UFPE possa saber o que acontece dentro dos gabinetes, para que a educação brasileira continue PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE, e para todos e todas! E isso se reflete, muito bem, no fato de que 14 universidades federais estarem ocupadas por estudantes, professores e servidores no Brasil todo: ufpe, ufba, ufpa, uff, ufc, ufrj, ufrrj, ufpr, unifesp, fsa, ufsc, ufscar, unir e unirio. Se você é de uma dessas universidades, participe!!! E se quiser saber mais sobre o REUNI e a Reforma Universitária, entre em: http://www.comunicacao.ufscar.br/reuni/apresentacaoreuni.pdf ; http://www.cefet-rj.br/comunicacao/noticia/2007-06-14-reuni.htm, e procure no Google que aparece um monte de notícias! E pra arrepiar quem for de arrepio... aqui um videozinho do protesto contra o Conselho Universitário que aconteceu com um golpe do reitor!
J. K. Wasvuden e Galileu Fikaporay
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Ô seu reitor, presta atenção, esse REUNI é a privatização!!!
Unidos a ocupação continua, aqui e em muuuuitos outros estados!!!
12:05 PM
acho q se eu estivesse por ai teria invadido a reitoria tb, mesmo não sendo da federal ^^
8:35 PM
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6096.htm
reuni
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