Eu escrevo pra mim e por mim.
Antes eu achava que escrevia porque não tinha nada de útil para fazer, aí andando na rua, escutando uma música pernambucana eu tive um insight, desses dos personagens de Clarice Lispector sabe? E descobri toda a práxis presente na literatura. No ato de escrever.
Mas o que deixou esse momento guardado em mim não foi apenas o encanto do arrebatamento, foi também a constatação de que eu escrevo pra não explodir. Sim, é a mais pura sublimação...
Temo que se me negar a escrever, minhas veias e artérias comecem a inchar e saiam pelos meus ouvidos, unhas e poros, letras desencontradas e palavras ao acaso. Temo inchar com próclises e símbolos de pontuação acumulando-se ao redor da minha cintura. Temo que ao pentear meus cabelos escorram rimas dos fios...
Se não escrever, meus olhos podem saltar das órbitas e quebrar meus óculos, pois seriam empurrados por adjetivos e verbos mal conjugados que se esforçam para sair de minha cabeça.Antes eu achava que escrevia para o outro e pelo outro, mas escrevo apenas pela minha sanidade.
Também não acredito nessa de talento. Não há talento em grudar letras de um lápis em um papel. Talento é um conceito que deixo para os puristas da arte, eu gosto é dos que experimentam, dos que arriscam e assim fazem de letras estranhas poesia...
Não escrevo por possuir talento ou dom, escrevo por atrevimento. E é esse atrevimento que tempera cada letra, cada erro ortográfico, cada frase e faz de todas as letras, beleza pura.
* Texto publicado no blog Os Esdrúxulos no dia 12 de Abril de 2007
Srta. O. Q. Crick
Antes eu achava que escrevia porque não tinha nada de útil para fazer, aí andando na rua, escutando uma música pernambucana eu tive um insight, desses dos personagens de Clarice Lispector sabe? E descobri toda a práxis presente na literatura. No ato de escrever.
Mas o que deixou esse momento guardado em mim não foi apenas o encanto do arrebatamento, foi também a constatação de que eu escrevo pra não explodir. Sim, é a mais pura sublimação...
Temo que se me negar a escrever, minhas veias e artérias comecem a inchar e saiam pelos meus ouvidos, unhas e poros, letras desencontradas e palavras ao acaso. Temo inchar com próclises e símbolos de pontuação acumulando-se ao redor da minha cintura. Temo que ao pentear meus cabelos escorram rimas dos fios...
Se não escrever, meus olhos podem saltar das órbitas e quebrar meus óculos, pois seriam empurrados por adjetivos e verbos mal conjugados que se esforçam para sair de minha cabeça.Antes eu achava que escrevia para o outro e pelo outro, mas escrevo apenas pela minha sanidade.
Também não acredito nessa de talento. Não há talento em grudar letras de um lápis em um papel. Talento é um conceito que deixo para os puristas da arte, eu gosto é dos que experimentam, dos que arriscam e assim fazem de letras estranhas poesia...
Não escrevo por possuir talento ou dom, escrevo por atrevimento. E é esse atrevimento que tempera cada letra, cada erro ortográfico, cada frase e faz de todas as letras, beleza pura.
* Texto publicado no blog Os Esdrúxulos no dia 12 de Abril de 2007
Srta. O. Q. Crick
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Eu escrevo porque quero compartilhar.
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