Head over Heels - Ivan Brandão
“Eu sei como é difícil se acreditar em alguma coisa, quando há tanta gente ruim".
Anne Frank referia-se ao nazismo do fantástico super-homem prático de Nietzche: o megalomaníaco Hitler. Por extensão aplica-se à sociedade humana (?) atual: fascismo, comunismo, capitalismo, consumismo, racismo, misticismo e outros tantos putismos da "civilização ocidental" ainda não catalogados no Dicionário da Língua Portuguesa do Buarque de Hollanda. "Mas" - acrescenta Anne Frank - "O mundo está passando uma fase; passará. Daqui a séculos talvez, mas passará..."
Anne Frank tinha fé; não conhecimento histórico. A análise histórica anula toda e qualquer sublimação do humano, exceto a perspectiva da tragédia. Anne jamais acreditaria que o desenvolvimento das ciências compreensivas e analíticas se comprometeria com o CRISTIANISMO (never from Cristo), com o COMUNISMO (never from Marx) e com o CAPITALISMO (never from people - ever from devil). A fossa, a neurose, o conflito - a crise existencial humana - parece residir no simples fato de que eu, você - o ser humano comum - nada tem a ver com a trama - ideológica e dogmática dessa trilogia infernal.
Aspiramos apenas à ausência de opressão.
Ao contrário, estamos de tal maneira envolvidos - na sistemática da vida (deles), que nem ao menos percebemos o traseiro e a cabeça se revezando no processo de rotação da terra. Nesse contexto a alienação humana transcende os limites do psicossocial; é de igual modo um fenômeno einsteiniano.
Ás vezes me pergunto se o processo de rotação da terra não explicaria as variantes do comportamento humano? Está ai um tema tentador porque inédito em matéria de filosofia. Abre a perspectiva de se fazer, pela primeira vez na história da espécie humana, uma reflexão gorkiana, isto é, uma filosofia de baixo para cima como aspirava o intelectual russo. E o mais importante: uma abertura prática para se compreender as intenções da ciência do comportamento de Skinner - o excêntrico psicólogo americano, que além de criar "sua filha dentro de uma caixa com a temperatura sempre estável", acredita ser viável e concreto o controle técnico das atitudes e desejos humanos (s.i.c). Um complexo processamento de dados, com base no nosso patrimônio genético e ambiental, - seria o suficiente para deixar as criaturas humanas HEAD OVER HEELS, ou seja, cheias de...na cabeça.
Não me furto ao desejo de filosofar sobre as mutações comportamentais no processo de rotação da terra. Uma reflexão sobre o assunto, mesmo ironizante, permitirá sublinhar o destino antropológico do homem e sua opção para a saída no apocalipse final.
De um modo geral uma teoria sobre o comportamento humano, com base no processo de rotação da terra, destacaria duas posições que permitem ao homem variar no tempo e no espaço sem, entretanto cair no vazio: o POSITION HEAD e o POSITION BUNDES, que correspondem respectivamente ao Homo erectus e ao Homo bundes, no conceito antropológico.
POSITION HEAD:
Reflete o momento de razão, mesmo que essa capacidade seja um tanto fraquejada pela idéia de participação panteísta no universo. Mesmo assim manietada em sua própria razão de ser, sentimos um inusitado desejo de ser útil - cristianismo puro; de regar cuidadosamente as flores - a moral sublimada; de identificarmo-nos com os "tonhos" e as "zefas" objetos históricos de processos políticos alienados - participação engajada; e até - o que é mais importante - não corresponder aos reflexos condicionados de Pavlov, fartamente utilizados pela máquina estatal e privada - consciência de ser.
Nesse momento a natureza humana se realiza e se completa num processo eminentemente criativo. O POSITION HEAD é um aspecto persistente entre os gurus orientais e indígenas sem contato com a cultura branca.
POSITION BUNDES:
Reflete o momento em que a inteligência se ressente do mal de nádegas que vai desde os gases intestinais e outras evaporações até o total descontrole do mecanismo cerebral.
Todas as aberrações humanas são ai plenamente justificadas (para eles). Aliás, nesse estado pastoso, justificou-se a Inquisição, o Malthusianismo e pretende-se, mais recentemente, justificar a Guerra do Vietnam.
Nesse momento a natureza simiesca se realiza e se completa num processo eminentemente animalesco. O POSITION BUNDES é um aspecto persistente em todas as "civilizações".
Mas, o processo rotativo não é pendular entre dois extremos, isto é, o Position head e o Position bundes. Ele oferece carismaticamente outras posições: homo atravessatus, homo deitatus etcoetera numa constante mutação de valores animais e humanos ociosos. Ai se encontra uma justificação do movimento"hyppie" e do "american way of swinging".
Pela lógica essa dialética do homem no processo de rotação da terra: homem (tese), animal (antítese) explicaria a persistência de uma síntese posicionista de comportamento, que poderia coincidir com o homo erectus e metafisicamente com a postura da razão. Mas a lógica nesse caso não interessa e não explica nada : o que conta é o momento histórico e o processo político em que essa compreensão da dialética se realiza e - nesse caso - o homem escolhe as alternativas.
Se quiser ser um "homo bundes" canalizará para si todas as fortunas prometidas por Satanás e ainda com o privilégio de não ser consumido pela máquina. Será, segundo OMAR CARDOSO, um político, um dogmático, um reacionário, um místico etcoetera. A única desvantagem é ser sacrificado no futuro sem história. Mas a possibilidade é remota - dizem eles.
Se optar pelo "homo erectus" morrerá, segundo Herman Kahn, num futuro bem próximo como um simples 00347465-3, filho de 7568689-5 e de 00000000-1 e ainda por cima cremado ou empacotado para futuras observações sobre experiência animal. É um mato-sem-cachorro.
De um modo geral uma teoria sobre o comportamento humano, com base no processo de rotação da terra, destacaria duas posições que permitem ao homem variar no tempo e no espaço sem, entretanto cair no vazio: o POSITION HEAD e o POSITION BUNDES, que correspondem respectivamente ao Homo erectus e ao Homo bundes, no conceito antropológico.
POSITION HEAD:
Reflete o momento de razão, mesmo que essa capacidade seja um tanto fraquejada pela idéia de participação panteísta no universo. Mesmo assim manietada em sua própria razão de ser, sentimos um inusitado desejo de ser útil - cristianismo puro; de regar cuidadosamente as flores - a moral sublimada; de identificarmo-nos com os "tonhos" e as "zefas" objetos históricos de processos políticos alienados - participação engajada; e até - o que é mais importante - não corresponder aos reflexos condicionados de Pavlov, fartamente utilizados pela máquina estatal e privada - consciência de ser.
Nesse momento a natureza humana se realiza e se completa num processo eminentemente criativo. O POSITION HEAD é um aspecto persistente entre os gurus orientais e indígenas sem contato com a cultura branca.
POSITION BUNDES:
Reflete o momento em que a inteligência se ressente do mal de nádegas que vai desde os gases intestinais e outras evaporações até o total descontrole do mecanismo cerebral.
Todas as aberrações humanas são ai plenamente justificadas (para eles). Aliás, nesse estado pastoso, justificou-se a Inquisição, o Malthusianismo e pretende-se, mais recentemente, justificar a Guerra do Vietnam.
Nesse momento a natureza simiesca se realiza e se completa num processo eminentemente animalesco. O POSITION BUNDES é um aspecto persistente em todas as "civilizações".
Mas, o processo rotativo não é pendular entre dois extremos, isto é, o Position head e o Position bundes. Ele oferece carismaticamente outras posições: homo atravessatus, homo deitatus etcoetera numa constante mutação de valores animais e humanos ociosos. Ai se encontra uma justificação do movimento"hyppie" e do "american way of swinging".
Pela lógica essa dialética do homem no processo de rotação da terra: homem (tese), animal (antítese) explicaria a persistência de uma síntese posicionista de comportamento, que poderia coincidir com o homo erectus e metafisicamente com a postura da razão. Mas a lógica nesse caso não interessa e não explica nada : o que conta é o momento histórico e o processo político em que essa compreensão da dialética se realiza e - nesse caso - o homem escolhe as alternativas.
Se quiser ser um "homo bundes" canalizará para si todas as fortunas prometidas por Satanás e ainda com o privilégio de não ser consumido pela máquina. Será, segundo OMAR CARDOSO, um político, um dogmático, um reacionário, um místico etcoetera. A única desvantagem é ser sacrificado no futuro sem história. Mas a possibilidade é remota - dizem eles.
Se optar pelo "homo erectus" morrerá, segundo Herman Kahn, num futuro bem próximo como um simples 00347465-3, filho de 7568689-5 e de 00000000-1 e ainda por cima cremado ou empacotado para futuras observações sobre experiência animal. É um mato-sem-cachorro.
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Meu parentesco direto com 4662910-9 e 2719384-7 faz de mim um pacote de pesquisas? Vamos contar os homos bundes na mão huhuhu...
Excelente texto...
3:18 PM
Adorei!
Acho q tenho oscilado infelizmente entre o status de homo atravessatus e homo erectus...
É difícil essa vida de homo...
3:45 AM
Definitivamente tem razão Seu Ibran...
é um mato sem cachorro...
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