Fábulas Fábulosas para Adultos II - Parte 2
-Belíssima dona, gostaria de ceder-me o seu lugar por alguns trocados, quem sabe uns trinta?
-Como? - perguntou ela, chocada - vender o meu lugar?
-Claro - continuou o homem - obviamente, você é muito bonita e poderia arranjar um outro emprego bem melhor do que este, quem sabe, Stripper.
-Não, não - sorriu Anne - já tive essa experiência em Gaibu, não tive muita sorte.
-Entendo - falou para si mesmo o homem, impaciente - mas como eu havia dito, você é muito bonita e provavelmente encontrara outros empregos nesta cidade, em qualquer outro lugar, aliás. Cidade grande é assim, pessoas bonitas ganham qualquer emprego das pessoas feias. Veja você? Nossa, se eu fosse o patrão de uma grande empresa contrataria você na hora. No entanto, eu, veja o que sou? Um velho trapo, esquelético, desempregado e sujo. Quem me contraria tendo eu uma concorrente como você?
Anne pensou seriamente; pensou, pensou, pensou e...
-Pensou minha Madonna? – não obtendo resposta, flertou - Trinta reais, não, quarenta e cinco reais, cinqüenta.
"Não saia daí, não se mexa de forma alguma", foram as palavras do anjo, não poderia se mexer, o emprego seria seu, este era o sinal:
-Desculpe-me senhor, mas, antes eu estava perdida, esfomeada e sem esperanças de um futuro para mim. Hoje cedo, uma moça pediu que eu ficasse parada e graças a ela cheguei primeiro nesta fila, isto é um sinal divino, percebem?
-Cem reais - disse uma moça que estava no outro quarteirão.
-Não, me desculpem.
-Trezentos reais - gritou outro homem um pouco mais atrás que Anne.
-Não, eu já falei.
Quinhentos, novecentos, mil e trezentos, tantas casas decimais se formaram que Anne ficou atordoada:
-Tenho uma prima que poderia lhe ajudar, te dou cinco mil reais e ela pode abrir um crediário nas Casas Baia, o que você acha? - disse uma velhinha em 56ºLugar.
-Se vocês tem tanto dinheiro assim, porque querem este emprego? - se irritou nossa mocinha.
Em meio a todo o estardalhaço, onde a fila deixara de ser fila e virara um verdadeiro leilão, onde os preços e facilidades para sua saída ficavam cada vez mais tentadoras, nossa mocinha resolvera fechar os ouvidos e se concentrar no emprego ao qual iria concorrer. "O emprego é meu, essa é minha dignidade. O Divino me mandou este presente por toda minha vida de luta", pensava emocionada, até que:
-Quinze mil reais com casa, comida e roupa lavada!
Neste momento um homem de terno preto e chapéu com abas largas saiu da fila e se aproximou da moça. Trazia consigo um talão de cheques e um cartão com seu nome e endereço:
-Essa é a oferta final eu imagino, por favor, senhorita, preciso deste emprego.
-Mas com tanto dinheiro o senhor não precisa de emprego algum - disse ela, pasma e verdadeiramente tentada a aceitar.
-Pois é senhorita, é difícil ser formado em direito esses dias. Essas são todas as economias que juntei durante a faculdade, mas como não passei na OAB, fico assim, necessitando de uns bicos.
-Entendo...
Continua...
Por Galileu Fikaporay
-Como? - perguntou ela, chocada - vender o meu lugar?
-Claro - continuou o homem - obviamente, você é muito bonita e poderia arranjar um outro emprego bem melhor do que este, quem sabe, Stripper.
-Não, não - sorriu Anne - já tive essa experiência em Gaibu, não tive muita sorte.
-Entendo - falou para si mesmo o homem, impaciente - mas como eu havia dito, você é muito bonita e provavelmente encontrara outros empregos nesta cidade, em qualquer outro lugar, aliás. Cidade grande é assim, pessoas bonitas ganham qualquer emprego das pessoas feias. Veja você? Nossa, se eu fosse o patrão de uma grande empresa contrataria você na hora. No entanto, eu, veja o que sou? Um velho trapo, esquelético, desempregado e sujo. Quem me contraria tendo eu uma concorrente como você?
Anne pensou seriamente; pensou, pensou, pensou e...
-Pensou minha Madonna? – não obtendo resposta, flertou - Trinta reais, não, quarenta e cinco reais, cinqüenta.
"Não saia daí, não se mexa de forma alguma", foram as palavras do anjo, não poderia se mexer, o emprego seria seu, este era o sinal:
-Desculpe-me senhor, mas, antes eu estava perdida, esfomeada e sem esperanças de um futuro para mim. Hoje cedo, uma moça pediu que eu ficasse parada e graças a ela cheguei primeiro nesta fila, isto é um sinal divino, percebem?
-Cem reais - disse uma moça que estava no outro quarteirão.
-Não, me desculpem.
-Trezentos reais - gritou outro homem um pouco mais atrás que Anne.
-Não, eu já falei.
Quinhentos, novecentos, mil e trezentos, tantas casas decimais se formaram que Anne ficou atordoada:
-Tenho uma prima que poderia lhe ajudar, te dou cinco mil reais e ela pode abrir um crediário nas Casas Baia, o que você acha? - disse uma velhinha em 56ºLugar.
-Se vocês tem tanto dinheiro assim, porque querem este emprego? - se irritou nossa mocinha.
Em meio a todo o estardalhaço, onde a fila deixara de ser fila e virara um verdadeiro leilão, onde os preços e facilidades para sua saída ficavam cada vez mais tentadoras, nossa mocinha resolvera fechar os ouvidos e se concentrar no emprego ao qual iria concorrer. "O emprego é meu, essa é minha dignidade. O Divino me mandou este presente por toda minha vida de luta", pensava emocionada, até que:
-Quinze mil reais com casa, comida e roupa lavada!
Neste momento um homem de terno preto e chapéu com abas largas saiu da fila e se aproximou da moça. Trazia consigo um talão de cheques e um cartão com seu nome e endereço:
-Essa é a oferta final eu imagino, por favor, senhorita, preciso deste emprego.
-Mas com tanto dinheiro o senhor não precisa de emprego algum - disse ela, pasma e verdadeiramente tentada a aceitar.
-Pois é senhorita, é difícil ser formado em direito esses dias. Essas são todas as economias que juntei durante a faculdade, mas como não passei na OAB, fico assim, necessitando de uns bicos.
-Entendo...
Continua...
Por Galileu Fikaporay
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